segunda-feira, novembro 29, 2004
sábado, novembro 27, 2004
Mas para que a viagem não fosse em vão, a mamã resolveu falar com a tua professora. As preocupações do costume. Parece certo é que a tua vida na escolinha é bastante diferente da de casa. Na escola és activa, perspicaz, meticulosa, meiga e sociável... nada de novo. Facto é que também és cautelosa e obediente. Facetas tuas que por vezes desconheço, ou não revelas. E culpo-me porque por vezes (ou quase sempre), sou eu que te facilito a vida para te compensar de coisas que não controlo. Para te compensar do tempo que não tenho, do cansaço que não escolho, do afecto de uma família dita normal, da que estás involuntariamente privada. Para o bem e para o mal, estamos todos...
sexta-feira, novembro 26, 2004
quinta-feira, novembro 25, 2004
A tua festa foi como imaginei, apesar deste ano não me sentir muito motivada para a fazer. Não sei se pela excitação das novidades do bebé primo, que lá vem, ou se por estar a trabalhar nesses dias, que me causou o dobro do cansaço. De qualquer forma, ao fim de analisar todos as hipóteses, concluí apenas que este aniversário não foi só mais um. São já três os anos de ti, em mim, ou em nós. Da tua vida, da tua alegria, da nossa felicidade. Três anos da maior aprendizagem que tive, de descoberta, da construção do amor mais eterno que conheço. O que tenho por ti.
Estavas radiante com a perspectiva de chegar Domingo. Como te prometi, quando acordasses, lá estaria uma prendinha encostada à janela, deixada por uma fada. A fada madrinha, na tua imaginação. A "fada mamã". Quando te telefonei, às 10h40, cantavas radiante as "musícas" do novo CD. E querias à força abrir uns presentes que a mamã tentara esconder de ti, debaixo da cama da Tia Tita. Chegar a casa foi uma alegria. Vestir-te uma roupa nova, e terminar à pressa os doces e salgados dos convidados. A madrugada anterior não foi suficiente para ultimar todos os pormenores. Depois sempre a mesma alegria. Os amigos e familiares a chegar. Montanhas de presentes para desembrulhar. Velas no bolo de aniversário. Desta vez três. Outro dos dias mais felizes da minha vida, por poder partilhá-lo contigo. O meu corpo a ressentir-se de horas sucessivas de stress, compras, culinária, arrumações e afins. Mas foi tão bom ver-te adormecer ao lado do Xico com um sorriso estampado na carinha pequena. Segunda-Feira querias fazer anos outra vez. Tiveste direito a bolo e surpresas na escolinha. Quando te fui buscar, à tarde, perguntaste-me se ías ter mais prendas e mais bolos e mais gente. Respondo-te que não. Só para o ano. "Como a avó, que também faz anos para o ano?" Perguntas. Sim. "Mamã, o que é um ano?". E eu, mais uma vez, sem te conseguir responder... |
domingo, novembro 21, 2004
sábado, novembro 20, 2004
Estou só eu aqui, a pensar. Desde que nasceste que mudaste a minha vida e os meus sonhos para sempre. Porque nasceste do meu corpo, porque te alimentaste de mim, porque vivi para ti durante meses. Desde que choraste pela primeira vez, naquela manhã fria de Novembro, soube e sei que és o meu amor mais constante, mais estável, mais garantido, mais feliz, mais incontestável, mais incondicional. Eras linda quando nasceste. Tão pequenina. Tão rosada. Sempre te falei, sempre senti que te conhecia, mas ver-te foi o expoente máximo de uma felicidade que nunca ousei imaginar.
Agora sou um ser mais completo. Tudo o que vejo, tudo o que sinto, tudo o que penso tem um toque teu. Tu, que na tua pequenez, me vais mostrando o mundo, e me vais dando certezas de que a minha existência, por mais difícil que seja, vale sempre a pena!
E ser tua mãe é mesmo assim. Ver-te crescer, rir com as tuas gracinhas, ajudar-te a levantar, quando cais. Sentir o teu cheiro, enquanto dormes numa paz imensa, com respirar de anjo. Levar-te para a escola, aos pulinhos, enquanto canto a tua música preferida. Observar-te, apenas. Ensinar-te as cores, as letras e os números. Mas sobretudo sentir orgulho. Tanto… E fazer tudo e ainda mais para te proteger, dar-te colinho, dar-te miminhos… fazer de ti a criança feliz que eu fui.
Fazes três anos amanhã, meu bebé pequeno. E a alegria de te ter perto de mim aumenta a cada minuto que passa…
segunda-feira, novembro 15, 2004
Afinal às vezes temos medo, amor, por nada, ou por coisa nenhuma! Sei que ainda é cedo, demasiado cedo, mas o milagre da vida desenvolve-se na barriga da tia magriça! Se dúvidas havia, eis que a tecnologia nos vem provar que a tua sementinha - prima está lá, bem viva, e já com 3,8 mm. Quase 4 mm de gente, que vão crescendo inversamente proporcionais à nossa paciência. Mas da mesma maneira que a nossa curiosidade... É impressionante como uma imagem quase imperceptível muda as nossas vidas para sempre. E é por isso que a mamã acredita tanto numa Senhora, a quem pediu tanto que tudo corresse bem. Que assim continue! Mais do que alegria, felicidade. Mais do que tudo... P.S. - E a dra. ainda deixou no ar a possibilidade de em vez de uma, serem duas sementinhas...
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domingo, novembro 14, 2004
Estava aqui a pensar, pequenina, que na tua cabeça as coisas têm uma lógica estranha mas muito real. Porque, sinceramente, faz todo o sentido chamares "arrumário" a um móvel onde se arrumam coisas! Já acrescentei mais uma palavra ao lote das que tu inventas, e que são tão utéis, que às vezes dou por mim a dizê-las noutras situações, com outras pessoas, que provavelmente pensam coisas estranhas da mamã. Já pensei também nisso, e realmente todos os dias compreendo mais o que é ser mãe. Ou melhor, tua mãe! É vestir um pouco a tua pele, sentir como te sentes, viver o que vives. Para te compreender. Há dias em que não tenho paciência, outros em que pareço, como tu, uma menina. Como quando te levo ao Infantário e fazemos corridas para ver quem chega primeiro à campaínha, em grande algazarra. Não sei ser de outra maneira, ou educar-te de outra forma. Talvez por vezes seja demasiado permissiva. Certo é que sigo o meu instinto, e deixo-me levar. Porque das ideias pré-definidas que tinha, já me esqueci... P.S. - "Falei" agora com a sementinha, que até estava bem disposta! |
sábado, novembro 13, 2004
Não Aguento!!! Logo no dia em que a Beatriz resolveu nascer, eis que tenho uma notícia pela qual esperei tanto tempo. VOU SER TIA ! Pois é Princesa, vais ter o primo bebé que pediste, com meias, sapatinhos, e tudo o que tens direito…
Resta-me pedir a Deus que não confirmem as suspeitas, e que o meu bebé, agora apenas com 2 mm, cresça saudável e feliz na barriga magricela da mamã! Decididamente, é muita felicidade para um dia só! P.S. – Eu sei que, dadas as circunstâncias, ainda é segredo. Mas eu prometo que ninguém vai ler isto! |
sexta-feira, novembro 12, 2004
domingo, novembro 07, 2004
quinta-feira, novembro 04, 2004
És gulosa como ninguém, ou como a mamã. Aproveitas todas as oportunidades para pedir mais um rebuçado, ou um chocolate, ou um bolo. E dizes: "Só três", com os deditos levantados, como se três fosse pouco. Este ano, no dia de todos os Santos, lá foste tu recuperar uma memória que tenho de menina. Quando acordava cedinho, cedinho, por vezes ainda de noite, com uma ansiedade do tamanho do mundo. Quando tinha que esperar, por imposição do avô, que chegassem as dez horas, quando acabava a missa. Depois lá ía, de saca na mão, com outros meninos, de casa em casa, a pedir bolinho. Há alguns dias que te ensinamos como se pede, mas insistes em dizer "Dá bolinho, tia"! É tudo a mesma coisa. Mas este ano é especial. As primas "Biritiz" e "Matilde" também vão contigo, uma de cada lado, e saltas de alegria. Recuperaste aquele riso de bebé qua aprendeste a dobrar, e que nos faz rir a nós. E soltas gargalhadas infindáveis, debaixo de um sol quente, como a minha alma, que ter espreita. No final da volta, já estás cansada e com fome. Andámos tanto, que até a nós, adultos, nos faz alguma diferença. É bom viver nesta aldeia, onde todos te conhecem e te mimam. É bom ver nos rostos uma vontade feliz de te ver, de te falar. A vida passa tão depressa, os nossos dias são tão curtos, a nossa rotina é tão fugaz, que por vezes esquecemo-nos que estes momentos são tão bons... É bom ver-te adormecer, já cansada, num dia como o de hoje. Porque amanhã há uma caixa enorme de guloseimas para saborear...
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