domingo, março 20, 2005

Ontem casou-se a prima Carla, baptizou-se a princesa Bruna e eu feliz. Pelas surpresas da vida, pela sua capacidade em tornar angústias em momentos bons, e o sofrimento em sorrisos. Lembro-me de ti, uns dias antes, sempre impaciente, à espera deste dia. Do dia em que levavas as alianças até ao Sr. Padre, que na Páscoa nos vai trazer "amêngoas, ovos e coelhos" (e eu a perguntar-mde de onde surgirão os ovos e os coelhos...). Impaciente por vestir o vestido novo, com os acessários, de ir à cabeleireira e de crescer mais um pouco na tua vida de menina.
É difícil explicar-te o tempo. Confundes o hoje com o amanhã, ainda não destingues os dias da semana, não tens noção das horas, vives no imediato. É difícil controlar a tua ansiedade sem te desiludir. Mas quando ontem chegou finalmente o dia, não cabias em tanta alegria. Acordar com o banho típico, cortar o cabelo, direita na cadeira, sem esboçares um sorriso, sem uma palavra. Apenas uma mão pequena e suadinha, que por baixo da bata apertava a minha. Um almoço comido a correr, preparar tudo e voar para casa da Carla. As fotografias com a noiva, a ída para a Igreja, o Baptizado da Bruna, ao qual assististe serena e atenta.
Depois entraste na Igreja. Firme e confiante. Surpreendente. Ciente de ti, das tuas funções. Da responsabilidade que é ser a menina das alianças. Da Carla, que estava linda e feliz. Continuavas impaciente, mas mais sossegada do que é normal. Silenciosa como nunca. Até que o tal Senhor que nos vai trazer "amêngoas e Boas Festas" lá para a Páscoa te chama. Saltas do banquinho em direcção ao altar, com o cestinho nas mãos e ouves atenta todas as palavras proferidas. Assistes a tudo com uma atenção invulgar. Orgulho-me, mais uma vez, de ti. Da maneira como és capaz de contornar os protocolos com os teus sorrisos, da volta que dás às situações que para mim podem parecer complicadas. Para ti não são.
Estás uma mulher. Que me enche as horas e o coração. E tão capaz de ser criança e crescida ao mesmo tempo...

sábado, março 12, 2005

Passamos por uma fotografia do teu baptizado, numa moldura, no corredor da casa do pai. Tu, gordinha. com sete meses, a tomar banho. com aquela expressão linda. O sorriso do meu bebé. Aquele que me faz perder de saudades, e que me leva a ti. Cada vez mais crescida, mais independente, mais menina. A minha menina que faz desenhos, verdadeiras obras de arte. Pessoas de enormes cabeças, só com pernas, à excepção da Tia "Polha", que tem uma bola no local da barriga, com uma Mariana lá dentro. E a Moa, a cadela da Tia "Tita", que invadiu as nossas vidas e que, como digo tantas vezes, te passa a cara "a pano", quando chegas a casa depois de mais um dia de escola. A Moa é uma cabeça com quatro patas. E quando fazes mais, por engano, lá te desculpas e dizes que é uma aranha.
Bem... já me perdia! A fotografia. Olhas-me com um olhar sério e perguntas "Mãe, quando eu era bebé tinha esta mãe ou tinha outra mãe?". Fico indignada, sem saber o que dizer. Sorrio. Digo-te que fui sempre eu, a tua mãe. Pergunto se queres outra, dizes que não, que esta é linda. Ensinei-te bem! Ehehehehe! Mas fico a pensar. Tens razão, amor. A vida dá tantas voltas, que às vezes tenho a certeza que a mão que te teve não é a mesma que te acompanha todos os dias...

sábado, março 05, 2005

Já uso maquilhagem... Posted by Hello