segunda-feira, março 31, 2014

Inevitavelmente...

... as sessões de psicoterapia terminam em lágrimas. Ou assim começam. Fora da zona de conforto. A tocar nas feridas. Em todas as feridas.

Na última, como que a adivinhar-me os medos. A angústia. Pergunta-me simplesmente: "Quantos espelhos há lá em casa?" A resposta óbvia. Quando me mudei, a primeira coisa que fiz foi eliminar os espelhos. O silêncio. Um silêncio que se pede quando sou quase obrigada a reflectir sobre o que acabei de dizer!

Dizem que temos que ter uma certa empatia pela pessoa que quase nos despe a alma. Aquela pessoa que, não nos conhecendo, nos vai guiando. E nos manipula, no sentido de chegar ao caminho certo.

Ainda não encontrei o meu caminho. Sinto-me muito longe da cura. Arrumei um ou outro fantasma. Mas ainda sou aquela Vera. Da folha em branco. Aquela que vejo, e não gosto. Sem a força necessária para mudar. Em negação. Queria conseguir escrever naquela folha que mudei, e não consigo...

quarta-feira, março 19, 2014

Dos lugares comuns...

Em quase 13 anos, de saudades, clichés e lugares comuns... quase tudo foi dito. Esta falta, que me fazes. Que me dói. Dor física. Que me enche os olhos de lágrimas, e me deixa o coração apertado. Esta revolta que o tempo apaziguou. A carta que te escrevi, e continua comigo, todos os dias. A verdade crua... nunca vais lê-la. E eu vou viver a vida toda sem te ter dito tanta coisa...

Continuas, ao fim deste tempo todo, a despertar o melhor de mim! Deixaste a tua marca. A melhor herança que podia ter.

Guardo centenas de memórias. Estas memórias que alimentam a alegria que foi ser tua filha.

Amo-te mais. Por teres sido o pai que foste! Sempre!