segunda-feira, janeiro 29, 2018

A violência interna de um teste negativo é indescritível. Como que se nos tirassem o chão. Como que se nos falhassem os sonhos. Os ideais. Oa desejos. A violência de um negativo chora-se. Dói na pele. No corpo. Dói fisicamente. Em segredo. Como se mais nada fosse suficientemente bom.

A violência do negativo arrebatou-me. Já chorei o que devia. Agora é tempo de renascer e tentar encontrar forças para, daqui a uns meses, recomeçar...

quarta-feira, janeiro 24, 2018

De ontem...

Ontem, mais uma vez, fomos a Lisboa. Consulta de rotina na MAC, com o Dr. Gervásio e Nutrição. Sabemos que nesta consulta é prescrito o tratamento. A vantagem... não tem custos. O pior... demora eternidades. O Dr. Gervásio manda-nos entrar. Pesa-me. Mostra os resultados do último exame, com uma ligeira melhoria. Recomenda 3 IIU antes da FIV, o que por si só já é uma mudança de planos.

Fico meio confusa. Ele disse sempre que íamos para FIV. Tinha essa esperança... que ficássemos já na lista de espera, uma vez que costuma demorar cerca de 12 meses.

Seguimos para a enfermeira. Diz-nos que seremos chamados para a IIU, uma vez que em teoria não tem tempo de espera. Diz-me que, nessa consulta de acerto, nos vai ser explicado qual é o procedimento. Aquele que já conhecemos, mas que achámos por bem não dizer nada por lá. Diz-nos também que o nosso processo entrará para a lista de FIV provavelmente já com data de Dezembro, que foi a data em que fizemos exames.

Continuo em existência em modo de stand-by. Como se os dias não passassem. Presa a uma notícia que não tenho. Tento pensar que falta apenas uma semana. Mas para quem espera... longos dias têm 100 anos! 

quinta-feira, janeiro 18, 2018

Ontem foi o dia de terminar o tratamento. Depois de uma noite quase sem dormir, a ansiedade de não saber se ia ou não acontecer.

Chegamos cedo, faz-se a colheita, mandam-nos voltar mais tarde. Saímos, está sol! De mão dada. Rimos. Almoçamos fora. Sushi, como gostamos tanto.

Regressamos depois. Chamam-me para a sala. Mandam despir. Ficamos sozinhos, a espera. Sei que estou nervosa. Porque o tempo não passa. Canto o que me vem à cabeça: "quem me dera ser só da cintura para cima"! Várias vezes. Rimos. Entra o médico, quando estamos a cantar e a rir. Ri-se connosco. Começa o procedimento. Tudo bem, pode avançar. E é isso mesmo... um procedimento médico. No meio de ecografias, tubos e rotinas... uma fracção de segundos... o médico pára e diz baixinho: "boa sorte". E, naquele segundo, temos todos os sonhos do mundo...

Não sabemos como vai ser. Entre o optimismo realista e o optimismo em excesso... aquele pode ter sido apenas um dia de sol. Até ao dia 2, quero acreditar que foi o dia que mudou a nossa vida...

quinta-feira, janeiro 11, 2018

Os últimos dias trouxeram novos desenvolvimentos e preocupações. A marca gravada do início daquele que, acredito, será um longo caminho!

Comecámos as injecções no dia 9. Duas. Na barriga. A dor física é encarada com optimismo. Há coisas piores. Dores piores. Tento viver este momento com serenidade, sabendo que daqui para a frente será sempre assim.

Amanhã vamos fazer o primeiro controlo ecográfico da medicação.

Descrente neste tratamento. Na certeza, porém de que é o caminho...