quarta-feira, maio 02, 2018

Um dia de cada vez...

A felicidade acontece devagar. Um beta ainda cedo, a 195. 3 dias depois, um redondo 902 que confirma a nossa alegria. Uma notícia que se dá, talvez na ânsia de acreditar que tudo vai correr bem!

O medo toma conta de mim na maior parte dos dias. Como que se o que tivesse vivido até agora não fosse já suficientemente penoso!

Queria ter a calma e o discernimento suficientes para acreditar que agora é o nosso momento. Por enquanto, tudo se resume a um ponto preto de 2 mm. Dia 10 vamos saber mais...

sexta-feira, abril 20, 2018

Nightmare dressed like a daydream...



Uma risca muito, muito suave, que pode ter vários significados. Uma realidade que pode não acontecer, por outros tantos motivos. 

Continuamos calados. Não quero transformar uma coisa não confirmada em ansiedade para os outros. Quero evitar sofrimentos desnecessários.

Por enquanto, é apenas optimismo cauteloso. 13 dias após medicação de ovulação. 11 dias após a inseminação. A esperança de que este pesadelo de quase dois anos tenha terminado. E que outros "pesadelos" estejam apenas a começar...

segunda-feira, abril 09, 2018

Mais tranquilos...

Não terá sido estatisticamente perfeito, num "jogo" que se faz de números. Mas aconteceu. Agora começam as semanas mais duras. A espera que parece que não chega ao fim.

Hoje fomos à procura do Gualter. Hoje já nos rimos muito com isto...

segunda-feira, abril 02, 2018

Viagens, análises, ecografia...

Mais uma corrida, mais uma viagem...

Análises, ecografia, consulta. Boas e más notícias. Como nada nos é facilitado, nada acontece à primeira. Por mais que espere semelhanças entre os dois tratamentos e ache, à partida, que tudo se vai processar da mesma forma... estou enganada. Desta vez temos que monitorizar pela segunda vez. E lá vou a Lisboa novamente na quarta-feira...

Que as diferenças nos tragam sorte. Precisamos de sorte. Precisamos que o jogo mude a nosso favor.

Paciência. E paz. Descanso da alma. Para quando?

quinta-feira, março 29, 2018

"A vida resolve-se sozinha..."

Hoje iniciamos uma nova etapa. Mais problemas que sempre surgem... e nos trouxeram até este momento. Costumo pensar que se fosse fácil, não era a nossa vida. Nada acontece facilmente...

A medicação está à espera do início. Desta vez, por já saber o que me espera, guardei para nós. Já não me sinto ansiosa. Não queria passar ansiedade para os outros. Não queria sentir a pressão de estarem todos à espera. Fica só connosco. Depois, o que tiver que ser...

Próxima semana concluímos o tratamento. O tempo passa a correr. Logo saberemos o resultado. "A vida resolve-se sozinha". A nossa há-de resolver-se também...

segunda-feira, março 12, 2018

As dúvidas...

As dúvidas persistem, apesar da não confirmação do pior cenário.

Sinto que tenho que fazer as pazes com o passado, para continuar em frente. Sinto falta de fazer aquilo que me faz bem. Sinto falta de um futuro que ainda não vivi...

quinta-feira, fevereiro 01, 2018

Crescemos a perseguir um sonho de vida perfeito. Casamos com um príncipe, temos uma equipa de futebol de filhos. Uma casa e um emprego perfeitos. Vivemos felizes para sempre...

Depois levamos a primeira pancada. Os namorados sucedem-se as relações falham. Às vezes temos filhos pelo meio. Não casamos. Ou só mais tarde. Quando finalmente a vida nos dá algum sossego! A vida trouxe-me o meu sossego. O meu Euromilhões. Eu sou refilona e má. Mas sei-me afortunada. Às vezes tenho medo de ser feliz. Que o universo me castigue. Para não ter esta mania de insistir, quando tudo se desmorona à volta. E castiga!

Ando a chorar há dois dias. Talvez há mais tempo. Os acontecimentos sucedem-se em avalanche. Quando já não acredito que pode piorar mais. Pode! Pode sempre.

Não consigo cotrolar a crueldade dos dias. O sofrimento dos outros assusta-me muito mais do que o meu próprio sofrimento. Tenho medo. Um medo horrível de tudo o que se segue...

segunda-feira, janeiro 29, 2018

A violência interna de um teste negativo é indescritível. Como que se nos tirassem o chão. Como que se nos falhassem os sonhos. Os ideais. Oa desejos. A violência de um negativo chora-se. Dói na pele. No corpo. Dói fisicamente. Em segredo. Como se mais nada fosse suficientemente bom.

A violência do negativo arrebatou-me. Já chorei o que devia. Agora é tempo de renascer e tentar encontrar forças para, daqui a uns meses, recomeçar...

quarta-feira, janeiro 24, 2018

De ontem...

Ontem, mais uma vez, fomos a Lisboa. Consulta de rotina na MAC, com o Dr. Gervásio e Nutrição. Sabemos que nesta consulta é prescrito o tratamento. A vantagem... não tem custos. O pior... demora eternidades. O Dr. Gervásio manda-nos entrar. Pesa-me. Mostra os resultados do último exame, com uma ligeira melhoria. Recomenda 3 IIU antes da FIV, o que por si só já é uma mudança de planos.

Fico meio confusa. Ele disse sempre que íamos para FIV. Tinha essa esperança... que ficássemos já na lista de espera, uma vez que costuma demorar cerca de 12 meses.

Seguimos para a enfermeira. Diz-nos que seremos chamados para a IIU, uma vez que em teoria não tem tempo de espera. Diz-me que, nessa consulta de acerto, nos vai ser explicado qual é o procedimento. Aquele que já conhecemos, mas que achámos por bem não dizer nada por lá. Diz-nos também que o nosso processo entrará para a lista de FIV provavelmente já com data de Dezembro, que foi a data em que fizemos exames.

Continuo em existência em modo de stand-by. Como se os dias não passassem. Presa a uma notícia que não tenho. Tento pensar que falta apenas uma semana. Mas para quem espera... longos dias têm 100 anos! 

quinta-feira, janeiro 18, 2018

Ontem foi o dia de terminar o tratamento. Depois de uma noite quase sem dormir, a ansiedade de não saber se ia ou não acontecer.

Chegamos cedo, faz-se a colheita, mandam-nos voltar mais tarde. Saímos, está sol! De mão dada. Rimos. Almoçamos fora. Sushi, como gostamos tanto.

Regressamos depois. Chamam-me para a sala. Mandam despir. Ficamos sozinhos, a espera. Sei que estou nervosa. Porque o tempo não passa. Canto o que me vem à cabeça: "quem me dera ser só da cintura para cima"! Várias vezes. Rimos. Entra o médico, quando estamos a cantar e a rir. Ri-se connosco. Começa o procedimento. Tudo bem, pode avançar. E é isso mesmo... um procedimento médico. No meio de ecografias, tubos e rotinas... uma fracção de segundos... o médico pára e diz baixinho: "boa sorte". E, naquele segundo, temos todos os sonhos do mundo...

Não sabemos como vai ser. Entre o optimismo realista e o optimismo em excesso... aquele pode ter sido apenas um dia de sol. Até ao dia 2, quero acreditar que foi o dia que mudou a nossa vida...

quinta-feira, janeiro 11, 2018

Os últimos dias trouxeram novos desenvolvimentos e preocupações. A marca gravada do início daquele que, acredito, será um longo caminho!

Comecámos as injecções no dia 9. Duas. Na barriga. A dor física é encarada com optimismo. Há coisas piores. Dores piores. Tento viver este momento com serenidade, sabendo que daqui para a frente será sempre assim.

Amanhã vamos fazer o primeiro controlo ecográfico da medicação.

Descrente neste tratamento. Na certeza, porém de que é o caminho...

quinta-feira, dezembro 28, 2017

Hoje, consulta nos Lusíadas. O Dr. Luís Vicente transmite sempre a mesma calma. A medo, conto-lhe o diagnóstico da MAC. Diz-me que entende. Não concorda. Explica porquê. Que temos tempo. Não há esperas. É menos perigoso. Avançamos cautelosamente, e vemos como corre.

Saio com dúvidas. Não convencida. Começo a pensar. A duvidar. A questionar. De protocolo na mão. E uma sensação de insucesso. Voltar a casa traz-me a calma que precisava. O sossego do colo do Rui. A ansiedade, que não sei gerir... mas tenho que aprender.

Conto os dias mil vezes. Revejo os procedimentos outras tantas. A vida não pára...

sexta-feira, dezembro 22, 2017

Mais uma etapa...

Habituámo-nos a esta frequência de viagens. Sempre sem dia marcado. Recebemos os telefonemas e ajeitamos os dias da melhor forma. No caminho, digo coisas parvas. Alivia-nos a carga. Descontrai o que, às vezes, dói por dentro.

Uma viagem a mais, é uma viagem a menos. E é sempre isso que me dá força...


segunda-feira, dezembro 11, 2017

Nesta co-existência de público e privado. Hoje liguei para a MAC, onde estamos inscritos desde Julho. Tendo sido a primeira consulta em Novembro, aguardávamos apenas a marcação de um exame para o processo avançar.

Liguei para saber dos tempos de espera. Porque me lembro, vezes sem conta. A vida não pára... mas este processo parece não ter fim! Nada avança. Ou tudo se faz... devagar.

Que não sabem. Não há previsão. Este ano não se marcam exames. Só para o ano. Em Janeiro chamarão por ordem... e sabe Deus que ordem é esta...

Perco a esperança. Mais uma vez. Talvez já não seja 2018. E eu estou cansada de esperar...

terça-feira, dezembro 05, 2017

Sempre igual...

Nestas andanças, o que mais custa gerir é a ansiedade. Tudo parece demorar tempo demais. Tudo tem uma duração interminável. À nossa volta, a vida não pára! Às vezes sinto-me só triste. Noutras vezes tenho esperança. Acredito. Mas parece que nunca acontece...

De repente, passamos a viver em função de um calendário. Amamos em função dos dias! Pode haver amor mais artificial que este?

Esta semana há exames. Mais um passo. Enquanto esperamos pela próxima consulta. Enquanto sinto algo que não tenho...

Hoje, um teste. Queria ter a certeza, antes do exame. O racional via uma janela branca. As minhas emoções procuravam em contra-luz uma pequena risca que era capaz de jurar que vi...

Estou cansada. Extremamente cansada. Cansada de não saber...

quinta-feira, novembro 23, 2017

Breaking down...

Deve haver uma determinada altura destas andanças em que tudo parece desabar. Semelhante a uma sensação de tentar nadar com todas as forças para fora de um poço, sem nunca conseguir chegar à tona...

Depois de uma sucessão de acontecimentos tristes dos últimos meses. Depois de dias e dias de incertezas. Esperanças goradas. Frustrações. Hoje foi o dia de ir abaixo. Chorar horas seguidas. Sem rumo. A fazer renascer aqueles pensamentos negros que, de quando em vez, me invadem. Como seria voltar para outro lado? Fugir? Desistir... 

segunda-feira, novembro 13, 2017

Mais uma viagem...

6 da manhã. Acordar e ir para Lisboa. Uma hora para atravessar a cidade, e análises hormonais feitas em 5 minutos. Regressar a correr. Aulas. Entrevista para estágio. Um lugar que parece tão sonhado, quanto inalcançável...

A vida não pára. A cabeça a mil. Marcar consulta, para pedir mais exames. É preciso uma nova ecografia. Aproveito, e peço o resto dos exames de rotina.

Difícil... muito difícil de gerir esta ansiedade. O dilema de não saber o que fazer ou como agir. Esperar ou não? O medo de comprometer o futuro, em função de um capricho...

Dieta. Dieta há poucos dias. A sombra do fracasso sempre a pairar. A certeza de que acabo sempre por me auto-destruir.

A vida não pára...

quarta-feira, novembro 08, 2017

De hoje...

Hoje foi dia de primeira consulta na MAC. 4 meses de espera. As pesquisas a que já me habituei. Já sabia o que ia acontecer, mediante o médico que calhasse. Ou pensava que sabia...

Ao fundo do corredor, chamam-nos pouco depois das 8h00. O Dr. mais temido. Manda-me pesar. Quebro o gelo, com uma ou duas graçolas. Temos gostos comuns. Ele quer estudar cozinha quando se reformar. Cheio de regras e rigor, numa primeira análise, pede-nos exames já feitos. E eis que surge um diagnóstico diferente do que tínhamos até aqui. A confirmar-se as suspeitas... iremos para FIV.

Dali, sem pressas (não pensava que o serviço público fosse assim), seguimos para a enfermeira, que nos explica os próximos passos a dar e exames a fazer. Depois nutrição. Assistente Social. E, por pouco, falhamos a Psicologia. Pacote completo para um só dia. Afinal vêm que somos de longe, e tratam-nos como humanos. Têm o cuidado e a sensibilidade de perceber que as viagens são penosas...

Também o é este processo. A angústia de não saber o que esperar. O que depende de nós, o que não depende. Agora é esperar. E ter paciência. Tudo acontece devagar...

Voltar a casa...

Já tive não sei quantos diários, desde que fechei esta porta. "Às páginas tantas", descobri que era aqui que fazia sentido voltar. Onde tudo começou. Onde habitam as minhas mais antigas e doces memórias...

Como que se um regresso se tratasse, a imagem de abrir as janelas, para deixar entrar o sol. O "destapar" dos móveis antigos. Sacudir o pó...

Esta casa é a casa onde me fiz (mais) mãe. Esta será a casa onde, se Deus quiser, serei mãe outra vez.

Que bom, o regresso...

segunda-feira, março 31, 2014

Inevitavelmente...

... as sessões de psicoterapia terminam em lágrimas. Ou assim começam. Fora da zona de conforto. A tocar nas feridas. Em todas as feridas.

Na última, como que a adivinhar-me os medos. A angústia. Pergunta-me simplesmente: "Quantos espelhos há lá em casa?" A resposta óbvia. Quando me mudei, a primeira coisa que fiz foi eliminar os espelhos. O silêncio. Um silêncio que se pede quando sou quase obrigada a reflectir sobre o que acabei de dizer!

Dizem que temos que ter uma certa empatia pela pessoa que quase nos despe a alma. Aquela pessoa que, não nos conhecendo, nos vai guiando. E nos manipula, no sentido de chegar ao caminho certo.

Ainda não encontrei o meu caminho. Sinto-me muito longe da cura. Arrumei um ou outro fantasma. Mas ainda sou aquela Vera. Da folha em branco. Aquela que vejo, e não gosto. Sem a força necessária para mudar. Em negação. Queria conseguir escrever naquela folha que mudei, e não consigo...

quarta-feira, março 19, 2014

Dos lugares comuns...

Em quase 13 anos, de saudades, clichés e lugares comuns... quase tudo foi dito. Esta falta, que me fazes. Que me dói. Dor física. Que me enche os olhos de lágrimas, e me deixa o coração apertado. Esta revolta que o tempo apaziguou. A carta que te escrevi, e continua comigo, todos os dias. A verdade crua... nunca vais lê-la. E eu vou viver a vida toda sem te ter dito tanta coisa...

Continuas, ao fim deste tempo todo, a despertar o melhor de mim! Deixaste a tua marca. A melhor herança que podia ter.

Guardo centenas de memórias. Estas memórias que alimentam a alegria que foi ser tua filha.

Amo-te mais. Por teres sido o pai que foste! Sempre!

segunda-feira, agosto 12, 2013

Blue October - Hate Me



Há músicas que me lembram determinados momentos. Esta é o meu limite. O Stop. O "pára", que já não dá mais. O fundo do poço.

Ultimamente , o sentimento imenso de depressão. O sono, a contrastar com noites inteiras e vazias. A espiral. A derrota. A revolta. Saber que agora tenho o que nunca tive. A dor do remorso de não conviver facilmente com essa realidade. Não conseguir dar o melhor de mim, sem justificar porquê!

Tantas vezes na memória minutos daquele dia. Conduzir sem razão. O choro compulsivo. O cabelo. O meu cabelo cortado. Eu, desfeita em pedaços. Pedaços da vida que continuo a não recuperar. Imagens que se sucedem. O desespero e a dor. A dor dilacerante. O passo em frente. Nem esse consigo dar. Acabar com isto tudo. Parar, enfim...

terça-feira, abril 30, 2013

Das frustrações...

Da vida que não acontece. O sonho que tarda. Um choro que persiste. Viagens de carro, que não acabam. A desvalorização. O quanto me sinto perto de lixo. Esta sensação plena de viver com medo. Medo de repreensões. Do que fiz, do que não fiz, do que posso vir a fazer.

Estou cansada destes anos. Cansada deste esforço. De me dar tanto. De dar tanto de mim. De ter abdicado de tanto. Cansada de não sentir retorno, nem evolução. Nem coisa nenhuma...

Um dia, se pudesse, virava as costas. E não voltava. E era mais feliz...

segunda-feira, abril 15, 2013

Dos dias...


... que passo sem ti. Mais um. Como se o teu crescimento me escapasse. Como se pudesse justificar esta escolha. Tento não te falhar, mas sei que falho. E sofro com isso. A cada minuto dos meus dias. Em prol deste bem. Do teu bem. Que me faz mal!

E estás crescida, tão crescida. Tão linda. Tão única. A minha menina-mulher. Estás mais adulta. És activa. Não páras. Não nos largas. Não queres sair de nós. Aproveitas o colo. E eu, contigo ao colo, respiro-te!

Custa-me não te cheirar. Não te ver todos os dias. Não ter ter aqui, em "style", todos os dias. És a minha estrela, a minha pequena estrela. A minha maior e mais perfeita criação.

E eu amo-te. Como daqui até à lua...