A noite será talvez hoje tão longa como naquele dia! Faz cinco anos! Uma noite fria, a escuridão dos corredores, a calma do lugar, a certeza de que não ías chegar! Lembro-me de chorar de medo, enquanto arrumava as tuas roupas por estrear. Medo do que me podia acontecer. Medo por ti! Lembro-me de não ver passar as horas, já com a companhia das manas, de não passarem as dores, e nunca mais ser o teu momento! Lembro-me de pouco mais. Porque me lembro principalmente de ti! De te ver linda e pequena, ou de me sentir ainda mais pequena na tua presença. Entre um espirro e um choro de bebé tão doce.
Mas o dia não se resume a recordar-te a nascer. Penso tantas vezes em como seria a minha vida sem ti. Sem a tua cor, sem a tua alegria. Já não me lembro como era! Lembro-me do que tinha. Lembro-me do que ganhei, em dobro! Não me basta ter-te, mas já és mais que muito! Mais que tudo. Mais que eu! Longe de ser perfeita, ou de te acompanhar como devia, amo-te à minha maneira. Com excessos, com reservas, com preguiça de mãe. E gosto tanto de ser mãe. A tua! Talvez pareça estranho, ou ousado, ou disparatado. Talvez pareça mentira, ou não verdade. Mas tenho a certeza, no meu íntimo, que nascemos uma para a outra. Que me estavas destinada, que só podias ser minha. Apesar dos sustos, dos medos, das dúvidas, apesar de tudo!
Fazes 5 anos. Já não dependes apenas de mim, não és apenas minha! E eu aqui, na certeza do teu amor, enquanto dormes... a prometer baixinho! No que depender de mim, vais ser tão, tão feliz!
Parabéns, filha... Parabéns!