Quando vais para casa do papá é sempre a mesma alegria. Agora no Verão, com a praia cheia de crianças, o teu sorriso rasga-se ainda mais e corres indefinidamente para que te vista o biquini. Queres o escorrega, queres andar no baloiço, queres a toalha do Batatoon e os óculos de sol. Nem preciso de te dizer três vezes que tens que ir no carrinho, porque assim que me apercebo já subiste e já apertaste os cintos, cuidadosamente.
Gostas do sol, atrai-te o mar. Diria, se fosse possível, que é genético. Meu, não herdaste o medo, e o respeito. Apenas o fascínio do papá, a atracção. Não queres saír dos barcos, inventas histórias sem fim, segues à risca as normas de segurança que te obrigam a usar o "coleto". Misturas-te facilmente na multidão, e depressa encontras ou fazes amigos, num código secreto que nem ouso entender. Falas com toda a gente, ris-te, e não páras. Com uma energia inesgotável, percorres o areal imenso e regressas, sempre com a mesma alegria. Saltas para a água, mergulhas, enches-te de areia, fazes desenhos e castelos.
E eu fico a ver enquanto te afastas. Adoro ver-te assim, sabias? Sento-me na esplanada e registo cada passo teu, cada movimento que não quero perder. Oiço de longe os teus gritos e tenho a certeza de que és feliz. Pena que a vida não seja um Verão eterno!
Quando regressas, já cansada, és muitas vezes vencida pelo sono. Quando ainda resistes a chegar a casa do papá acordada, adormeces profundamente em cima da mesa do jantar. Venceste as ondas pequenas do mar, os montes de areia brilhante, o soprar confuso do vento, os brinquedos das outras crianças. Mas quem te venceu foi Morfeu, que te leva para longe, em sonhos profundos. E eu fico a adivinhar, quando sorris enquanto dormes, que nos teus sonhos há mais praias. E uma areia fofinha e quente, prestes a ser pisada...
2 comentários:
Impossível ficar na esplanada. O meu não deixa, tenho que participar em tudo. Ou então sentar-me enquanto, vai ali e já vem (ali= saltar em cima das rochas). Impossível.
É fácil a comunicação com os adultos, com as crianças, começa sempre por agredir... tenho que estar sempre por perto.
Espero que o Jardim de Infância lhe consiga "moderar" estes impulsos, fico completamente sem saber como reagir.
A (pouca) experiência que tenho diz-me precisamente que os infantários acalmam as crianças. Certo é que há crianças calmas, e outras nem tanto. A minha é moderada. Se fossem sossegados demais, achavamos sempre que estavam doente, não é? Beijocas e Felicidades!
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