terça-feira, outubro 16, 2007

Do aniversário...

Sempre em momentos maus, a vida prega-nos mais uma partida. Ou revela-nos quem realmente nos ama e nos quer bem! Tinha dito, porque sim, que este ano não havia festas. Nem vontade. Queria estar sozinha, com o clã cá de casa. Jantar num sítio discreto, sem grandes alaridos. Queria não me levantar da cama. Chorar se fosse possível. Pensar nos 27 anos. No que me falta fazer. No que me falta viver. Como tem sido...
Sem saber porquê (ou com uma justificação óbvia), precisava de dormir. À noite resolvi reagir. Ir buscar forças onde não tinha. Lembro-me de pensar que merecia mais. De me levantar. E de contrariar-me a mim própria. De deixar a Helena em casa (agora percebo que foi estranho), sem uma única birra! Vamos fazer "caches", e pode ser que passe! Fomos a Alcobaça. Fizemos duas. Íamos à Nazaré fazer outra. A mana sai do carro em passo de corrida. Lembro-me de ouvir as doze badaladas da meia noite. De olhar em frente e ver duas garrafas de espumante. De ver alguém a correr em direcção á minha irmã, e voltar a fugir. Lembro-me de subitamente ouvir os berros de gente a aparecer dos claustros da igreja. Em frente à maternidade onde nasci. De ver os meus tios, e primos, e amigos, e todos. A cantarem-me Parabéns. E eu sem conseguir reagir. Estupefacta. Juro que me apeteceu chorar. Juro que me lembrei do meu pai. Juro que agradeci, em cada abraço sentido que dei, a Deus por me permitir sentir uma alegria assim.
Quando em 5 minutos me provaram por "A+B" que da vida não sei praticamente nada. E que sou crente quando penso que já nada me surpreende. Quando tenho a certeza que caí em monotonia, ou falta de alegria.
Rejuvenesceu-me. Fez-me cair em mim. E acreditar, subitamente, que a felicidade existe, e é tão simples, e está tanto ao nosso alcance...

2 comentários:

Xana disse...

Oh, Vera! Que bom é ler-te assim! Força!
Aceita os meus parabéns, atrasados, mas sentidos!

Beijinhos

chicharrinha disse...

minha querida: quase chorei ao ouvir-te falar assim aos 27 anos, tão nova que és e com tanto para viver! se bem que entenda o pessimismo - bem que já chegava de coisas tristes e dificeis, como disse à Patrícia - a verdade é que, como tu própria escreves, ha coisas boas e menos boas - às vezes, onde nem sequer as suspetávamos... Beijos, belinha