sábado, setembro 11, 2004

A mamã saiu de casa com o papá, fez três anos, num dia normal de férias e de compras. Ías chegar, passado pouco tempo, e era necessário antecipar o teu regresso. Naquela altura, parámos num restaurante onde dezenas de rostos incrédulos olhavam para a televisão a fixar imagens que julgámos, inicialmente, serem de um filme. Bastante real...
Há coisas que os grandes fazem, amor, que não têm explicação. Como matar milhares de papás e mamãs de outras crianças, que a única coisa que faziam, naquele dia, era trabalhar. Afinal, era um dia tão vulgar como os outros.
Quando cresceres, princesa, vais perceber que o mundo nunca mais foi o mesmo, desde aquele 11 de Setembro. E que a palavra medo ganhou outro sentido.
Desde aquele dia que tenho a certeza que, aconteça o que acontecer, permaneces em mim e eu em ti, e não há barreiras, nem homens, nem aviões, nem tristezas, nem ausências, nem perdas, nem dores que me afastem de ti.
Porque hoje, se é possivel, e por respeito a quem perdeu quem mais amava, a mamã ainda te ama mais...

3 comentários:

Rita Quintela disse...

Comento neste belo post pq é o primeiro que leio.
Só descobri hoje este blogue. Parabéns!

Rita Quintela disse...

Ah... Rita, do blogue www.mae-galinha.blogspot.com

Vera Angélico disse...

Obrigada, obrigada, obrigada...