quarta-feira, julho 18, 2007

Balanço

Os últimos dias têm sido mais dedicados à minha própria vida! Talvez nem sequer ande tão concentrada no trabalho. Talvez, e simplesmente, precise de tempo. Tenho tido muitas dúvidas. Tenho falado com muita gente. Com a certeza de que não terei um número exagerado de amigos. Os suficientes para me fazerem sentir bem. Porque há coisas que não me atingem, nem afectam, mas doem. E tem sido difícil reerguer-me, ou redescobrir-me. Por entre os escombros que ficaram do meu coração, lá vou juntando as peças, tentando aos poucos perceber os meus objectivos.
À minha volta continua a pairar o mesmo fantasma. Não sei durante quanto tempo. Dantes achava que o tempo se encarregava de resolver tudo. Hoje tenho a certeza de que às vezes é preciso dar uma pequena ajuda humana. Demorei, sozinha. E apesar do que me foi dito sempre à minha volta. Era urgente tomar uma decisão. Levei o meu tempo. Chorei muito. Custou-me a aceitar os erros. Custou-me admitir que me tinha enganado tanto. Custou, de um momento para o outro, deixar para trás uma vida certa e plena de incoerências. Porque me foi ensinado a não virar as costas a ninguém. Porque acredito nos outros até ao fim. Até ao meu fim! Hoje sei que aguentei muito mais do que devia, ou merecia!
Continuo, todos os dias, sem saber ao certo o que esperar. Porque me vejo obrigada a recorrer à ajuda que sempre devia ter tido. Porque preciso de encontrar soluções para o que continua a ser cometido comigo. Sem poder desaparecer, peço só por justiça. Que se faça. Que a minha verdade seja tratada no local próprio. Para conseguir ter a capacidade de recuperar o que perdi! Não escondo que às vezes me sinto a fraquejar. Hoje balancei novamente. Com a convicção de que estou a fazer o que é correcto, sem saber a que preço. Hoje limpei as lágrimas quando vi uma desconhecida preocupada com os meus problemas. Num sítio por onde todos os dias passam problemas semelhante ao meu. Onde sou apenas mais uma.
Sem questionar o apoio que me tem sido dado por toda a gente. Deixei de lado a minha velha mania de me fechar dentro de mim própria. Agora quando quero chorar, faço-o sem vergonha. Grito. Telefono.
Talvez um dia consiga ter a paz que procuro há meses. Talvez um dia a minha filha não seja obrigada a conviver com esta realidade. Porque tenho aprendido ao longo dos tempos a ser mais mãe. E sei que ela sente isso todos os dias. Se muitas vezes não a consigo proteger de outros factores, é porque não dependem de mim! Porque talvez também um dia alguém perceba que ao prejudicar a minha filha não sou eu que sou directamente atingida, mas sim ela. E ela só tem 5 anos, e uma mão cheia de sonhos. Por isso lhe cultivo tanto a capacidade de sonhar...
Continuo talvez iludida com uma realidade que me tem feito bem. Que me tem ajudado a ser mais eu. Com alguém que me fez renascer determinadas características que julgava desaparecidas. Estou agora mais calma, mais sensata, mais ponderada. A tentar não cometer os erros do passado. Dou por mim a aceitar verdades que antes me pareciam inaceitáveis. Em nome de uma vida mais completa, ou mais estável. Ando a arriscar o mundo, é certo. Ando a arriscar tudo. Longe da nossa perfeição, lá vou esperando por momentos só nossos. Que estão tão perto. Onde em meia dúzia de horas hei-de decidir a minha vida. Dói a espera. Dói-me a incerteza. Dói-me balançar...

1 comentário:

Anónimo disse...

um beijinho e coragem, querida!