segunda-feira, abril 21, 2008

As folgas

Telefonas-me no dia em que mais pensei em ti! Em que eu própria pensei em fazê-lo. Perguntas-me, na tua simplicidade, se mantenho aquela felicidade a que me obrigaste. Se acordo todos os dias feliz, como te prometi! Eu tento, sabes... Tento não me lembrar que nunca vou ser suficientemente o que se espera de mim! Tento pensar que devia querer uma vida perfeita como aquelas às quais vou assistindo de perto, mesmo que longe. Tento agir como que se não houvesse dias cinzentos. Para que quem me lesse pensasse que estava sempre linda e fresca. Como que não existissem os rebates constantes de falta de amor próprio!
Guardo o que me disseste como se nunca o tivesse feito! Desde aqueles dias que as tuas vitórias são as minhas. E tento, porque sim, afastar nestes momentos em que estou mais disponível, tudo aquilo que não quero. Mas é impossível. Dou por mim a fraquejar. E com os olhos marejados de lágrimas. A lembrar-me que me disseste que nunca vamos estar sempre bem. E o que realmente importa retirar daí. Dou por mim a pensar no que não quero. Sem um sentido profundo. Ou o sentido que ninguém entende tão facilmente como tu!
Já te disse vezes sem conta que perco demasiado tempo a pensar. Que gostava de o fazer com a tua leveza. Que me esforço todos os dias para ser mais despreocupada. E que quero tanto, e procuro tanto, uma coisa que nem sequer sei se existe, ou é concretizável, ou vai algum dia ser real! E em dias como hoje, dói. Se dói...

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