segunda-feira, novembro 12, 2007

Poder Paternal

Amanhã seria eventualmente a segunda conferência de pais. Digo eventualmente, porque na teoria será a primeira, tendo em conta que o saudoso e dedicado pai faltou. E o meu dedo que adivinha já me disse que há fortes probabilidades de repetir a graça. Por mais que disfarce, ou por mais que tente não manter altas as expectativas, sei que me desilude. Não por mim, pessoalmente, que felizmente sei o que fazer em minha defesa. Sobretudo pela Helena. Porque tive que lhe explicar que subitamente o pai desapareceu, e não atende o telefone, e não mostra interesse em estar com ela. Talvez seja mais difícil para mim, visto que desde que tivemos uma conversa mais franca, ela nunca mais me questionou, nem mostrou interesse. Fico de consciência tranquila. Tenho provas das chamadas que faço, e das mensagens que mando, ocasionalmente. Tenho provas físicas de que os interesses dela foram negligenciados. Perturba-me, sobretudo, porque sou obrigada a tomar uma responsabilidade que não é só minha. Revolta-me que a justiça seja incapaz de actuar. Entristece-me que a minha filha seja obrigada a não conviver com o pai, porque ele assim decidiu. O mesmo pai que espalha aos sete ventos que morre de saudades da menina...
Revolta-me pelos homens que, em situações idênticas, se vêm privados da companhia dos filhos, por capricho das mães. Revolta-me que ela seja utilizada como vingança pessoal pelas escolhas que fiz, ou pelos laços que quebrei. Quando eu não sou exactamente prejudicada. Revolta-me por sentir que a minha filha merecia mais. Mais amor, mais carinho, mais companheirismo! Merecia um pai digno do nome. Como eu tive. Como existem milhares de pessoas que gostavam de o ser. Olho para a carinha dela e não entendo... como é que é possível? Porquê?

Amanhã vou precisar do dobro das forças para não reagir mal...

2 comentários:

Xana disse...

Espero que corra tudo bem! É um horror situações como esta. É uma pena que os meninos sejam sempre quem sofra. Mas o que é mais incrível é que a justiça nunca é feita. Mas nunca, seja para que lado for! Tu, a minha amiga A. estão exactamente na mesma situação. Não há tribunal e principalmente consciencia e amor de pai que faça as coisas mudarem. Que sejam pais. Não é pedido mais nada. Simplesmente que sejam pais e que amem os filhos. Não é pedir muito. É aquilo que é justo!
Tenho um amigo, que está na situação oposta. O poder paternal está com a mãe e ela não o deixa ver a criança. Ele sempre foi um super pai e é constantemente privado do filho. As queixas são feitas, mas não há nada a fazer.
Às vezes pergunto-me porque é que a justiça está sempre tão agarrada a leis e muito pouco àquilo que é o real interesse da criança.
Espero de coração que tudo mude, não só por ti. Pela linda Helena que merece tudo de bom.

Beijinhos

Sandra Brema disse...

Ai amiga, desculpa que te diga... mas pai nem sempre faz falta... O que faz falta são aqueles PAIS de verdade, que amam incondicionalmete, que cuidam e tratam!

O que faz falta são os abraços quentes e afectuosos daqueles PAIS de verdade , que nos transmitem força e segurança!

Ter Pai, só por ter... as vezes, e se formos honestos, não faz assim tanta falta!

Não vejo nenhum tipo de lacuna na personalidade da tua Doce Helena, devido ao facto de não ter um pai presente... e se ele decidiu não acompanhar a filha maravilhosa que tem...ele é que PERDE!!!!!

Bjussssss
Sandra Brema