sábado, maio 12, 2007

Nada será como dantes...

... depois de hoje! Numa das atitudes mais sensatas que terei tomado nos últimos tempos! Uma decisão a que fui obrigada. Era imprescindível um ponto final. Contra o que queria, na certeza exacta de que não estarei apenas a ajudar-me a mim própria, ou à Helena. Mas que indirectamente estarei também a ajudar a pessoa com quem vivi. Não exactamente da maneira mais pedagógica. Da única maneira que parecia viável. A última opção.
Não me arrependo, mas são inevitáveis as lágrimas. Não lhe quero mal, quero é sossego. Deus escreve direito por linhas tortas, e é nisso em que tento acreditar. Depois de pouco falar, naquela sala fria. Por saber que o passo que dei foi apenas o início. Por ter a certeza dos riscos que corro, por saber que tudo se pode inverter contra mim! Sem remorsos, a minha verdade, a que conheci. Certa de que cometi tantos ou mais erros, porque nunca aceitei as coisas calada. Reagi. Assustada, talvez. Por ter exposto a minha vida daquela maneira. Por saber que vou ter que entrar em detalhes de coisas que apenas e só queria esquecer. Estou a tentar renascer, e logo com os ecos do passado. Com medo. E vergonha. De me submeter ao que não queria, de ter que ficar transparente, de sujeitar os outros às minhas dores.
Só não reagi de impulso. Apesar de ter feito o que tinha pedido aos outros para não fazerem. Algum dia tinha que ser...
Adivinham-se, portanto, tempos difíceis. Embora pese o facto de uma mudança de atitude minha. sei que estou mais forte. Nem sequer choro por me sentir deprimida, apenas por pena. Dificilmente vou esquecer a tarde de hoje, o que implicou. Dificilmente vou esquecer o facto de agora ser oficial, e não haver caminho de regresso. Dificilmente me esqueço que cheguei a casa e tive a certeza que já tinha de que estão todos do meu lado. Como os olhares me disseram que finalmente tinha tomado a decisão certa. Dificilmente me esqueço que à distância de um telefonema me foi dito gratuitamente "estou orgulhoso por teres tomado uma atitude". Talvez eu também esteja, mas sei o que me dói...

2 comentários:

Joca disse...

Não tenho bem a certeza do quê (e com quem) se passou mas tenho a certeza que vais chegar a bom porto.
Lembra-te bem que, quanto mais longe o porto de destino nos fica, tanto mais certo que teremos tempestades pelo caminho.

Bj

Joca

Anónimo disse...

às vezes a auto-análise com a orientação e alguém é a única forma de encontrarmos a paz que precisamos. as conversas que temos connosco proprios entram muitas vezes num ciclo vicioso e viciante do qual nao conseguimos sair, precisamente por estarmos envolvidos na historia até ao mais profundo de nós. e tenho a certeza que a sala fria vai transformar-se, aos poucos, num porto seguro, de onde vais poder retirar a força para aprender a viver em paz com a tua historia e a ensinar a helena a maior lição que ela pode tirar da vida: podemos sempre ser e fazer melhor, podemos sempre aprender com as coisas más que nos acontecem. pela minha parte, tenho uma certeza inabalável de que vais conseguir, querida vera. não te imponhas tempo nem condições demasiado grandes mas acredita que daqui para a frente só pode melhorar.

um beijinho grande, grande.