quarta-feira, março 19, 2008

Aos meus avós...

Os que conheço e amo desde sempre. Porque o dia também é deles. Porque também são pais.
Ao meu avô António, repleto de descrição e altivez. O homem grande, como o seu talento, e rigor, e carinho. De uma justiça extrema, e um coração enorme. Que nos enchia os bolsos de doces, meticulosamente guardados no armário, mesmo na sala onde se ouvia aquele som do relógio que ainda hoje me arrepia. O avô da casa onde o soalho rangia, e o sotão revelava segredos. O avô da oficina improvisada, de onde nasciam objectos da sua arte. O avô do filme antigo que moldava o vidro com a sabedoria destreza que só ele tinha!
Ao meu avô Virgílio, com quem tenho a sorte de partilhar a vida. Que me sentava ao seu colo na meninice, e me dava as moedas que eu escolhia. O avô que nos olha com aquele olhar cheio de brilho, e nos diz que mais uma vez vamos ter uma menina. Conta orgulhosamente cinco netas, 3 bisnetas, e com a quarta a caminho. O avô respeitado em todo o lado, que toda a gente da freguesia conhece e admira. O avô forte, com o sorriso sincero, e o rosto marcado por tudo aquilo que não merecia ter vivido. O avô meigo, e preocupado, que nos liga quando estranha a nossa ausência. E que nos valoriza sempre.
...obrigada!

Sem comentários: